Capítulo 8
729palavras
Era bem cedo quando Ami despertou, pulando da cama quase derrubando Katherine que meditava calmamente sentada no chão próxima à cama. A garota se assustou, perguntando a irmã que, após o esbarrão, voltou a meditar:
– O que está fazendo?
– Meditando.
– Não vai se arrumar?
– Para que?
– Katherine?!
– Sim?
– O passeio é hoje. Vamos ficar a sós com os príncipes.
– Hum! Por isso está tão animada?
– Claro! Eu preciso ficar linda para meu futuro marido.
– Você realmente quer impressioná-lo? Gostou mesmo dele, não foi?
– Óbvio que gostei! Você precisava ver como ele se preocupou comigo quando achei que algo havia acontecido com você. Ele é um príncipe.
– Sim, verdade. O pai dele é um rei.
– Katherine?!
– O que é, Ami?
– Por que não se anima um pouco?
– Me animar? Com o quê?
– O seu Inu vai, sabia?
– Problema dele, eu tenho mais o que fazer.
– Katherine?!
– O que você quer?
Responde impaciente com a insistência da irmã:
– Você vai se casar com ele, podia estar mais animada.
– Você está louca, irmã? Você lembra o que ele disse?
– Você viu como ele te beijou?
– Foi por educação e tradição, nada demais.
– Não me pareceu um beijo por educação, mas sim um beijo cheio de desejo e foi correspondido por você.
– Desejo? O que você sabe sobre isso, Ami?
– Já vi muitos casais apaixonados se beijando e aquilo, com certeza, era um beijo de verdade.
– Pare de ler histórias sobre príncipes e princesas.
– Mas irmã... dê uma chance para ele.
– Por que eu faria isso, Ami?
– Porque eu sei que você gosta dele.
– Para ele, eu sou apenas uma humana inferior, jamais aceitará esse casamento e nem eu.
– Não teria tanta certeza.
– Ami, vai se arrumar e me deixe em paz.
– Como quiser, mas você vai.
– Não tenha tanta certeza.
Diz Katherine, abrindo os olhos, pegando a parte de cima de sua roupa que mais lembrava algo entre um casaco e um vestido de cor escura juntamente com suas espadas e facas e sua inseparável máscara, saindo pela janela com um pouco de pressa antes que Ami a visse e chamasse sua mãe, nesse caso, teria de ir ao passeio de qualquer maneira. Apenas saltou pela janela, pousando delicadamente sobre a grama verde. Saiu andando pelo lado do castelo, fechando os botões de sua roupa sem pressa. Estava curiosa sobre as terras próximas ao castelo, andou para a parte de trás, deixou seu dragão porque o pai perceberia a movimentação dele.
Próximo à parte de trás do castelo, Seidy e Ren conversavam. Desde que a general havia chegado, o rapaz quase não saia de perto dela, passava todo o tempo possível insinuando-se para ela. Naquela manhã, não era diferente. Ao ver a princesa passar a distância considerável deles, Ren pergunta:
– Aquela não é a princesa?
Seidy aperta os olhos, tentando reconhecer e diz, gargalhando:
– Sim, é ela mesma.
– Por que está saindo assim?
– Com certeza não vai ao encontro com o príncipe youkai.
– Por que ela faria isso?
– Ele falou umas coisas na frente dela, acho que foi infeliz no que disse.
Diz Seidy, fazendo cara feia. Ren olha sobre o ombro e diz, preocupado:
– O que ele disse, afinal?
– Que não se casaria com ela por ser uma humana e a chamou de inútil. Nós temos nosso orgulho e, pelo visto, não vai desculpá-lo.
– Mas parece que se casam no próximo mês.
– Eu não sei de nada.
Responde a garota, afastando-se para cuidar dos dragões e dar ordens a seus subordinados. O que o casal de guerreiros não havia percebido era a presença de Cho que os escutava enquanto tratava de alguns feridos, estava saindo sem ser percebida, quando uma jovem mestiça de youkai chamou sua atenção, parecia-lhe família. Não se deteve com a jovem que dormia, seguiu para o castelo, tinha que falar com o jovem príncipe antes que a princesa humana desaparecesse.